Segundo presidente do CSE “não vale a pena o recomeço do Alagoano”

Há 60 dias o futebol alagoano foi paralisado de forma abrupta. Assim como aconteceu em outros Estados e países, as atividades esportivas foram suspensas por tempo indeterminado devido à pandemia do novo coronavírus. Desde então, alguns clubes conseguiram manter seus atletas e funcionários, adotando a redução salarial, mas outros, não. E este é o caso do CSE, que dispensou todos os atletas por causa desta situação.

Em entrevista à Gazetaweb, o presidente do Tricolor, José Barbosa, relatou como está a situação do clube. “Após o último jogo, no empate de 2×2 com o Murici, dispensamos todos os atletas. Então, o clube ficou inativo. Não perdemos os contratos com os atletas, inclusive pagamos o mês de março. E até sexta-feira vamos pagar abril, para ficar tudo legalizado. Além da rescisão contratual”, revelou.

Quando o Alagoano foi paralisado, o CSE era o 4º colocado, com sete pontos. Estava atrás do líder Murici, com 12 pontos, e CRB junto do CSA, na 2ª e 3ª posições, respectivamente, com 10 pontos cada.

Desde que o Estadual foi paralisado, os clubes têm se reunido com a Federação Alagoana de Futebol (FAF) em algumas ocasiões para debaterem sobre a possível retomada dos jogos. Porém, nada foi acordado. Apenas CRB e CSA voltaram às atividades, adotando o “home training”.

E, de acordo com o mandatário do Tricolor, diante da gravidade, “nem os campeonatos vinculados à CBF vão acontecer até setembro. Não vejo a possibilidade de volta do Estadual. Para retornar alguém tem que dar o aval. A federação não fará isso, pois está em entendimento com a saúde pública estadual”. Barbosa ainda falou sobre uma sugestão que está rolando há um tempo: realização do Estadual apenas em dezembro. “Existe uma possibilidade de que a conclusão do Alagoano seja em dezembro. Em seguida, a Copa Alagoas, em 2021, e o Alagoano do ano que vem”.

Barbosa avaliou a dificuldade financeira para os clubes, em especial, para alguns do interior, além de salientar que os times que não estão no calendário da CBF não receberam nada “A dificuldade é enorme. Já para Coruripe e Jaciobá, que vão disputar a Série D, eles receberão da CBF R$ 120 mil reais. E os demais clubes, nada”, disse o mandatário do Tricolor.

Em resposta, a FAF, por meio da assessoria, afirmou que não havia previsão de ajuda específica da instituição para os clubes “O que foi feito pela Federação, foi insentar os clubes do pagamento de taxas administrativas durante este período sem atividades”. Além disso, garantiu que patrocínios do Governo e de outros já estão em dia. “Inclusive, houve alguns adiantamentos para os clubes, além do pagamento da arbitragem, mesmo sem ter os jogos”, concluiu.

Com relação a questão salarial, o presidente disse que o valor da folha é repassado pela prefeitura. “Vamos ter que correr atrás da alimentação, academia, médicos e medicação. Tínhamos outros patrocinadores, mas como o Alagoano foi paralisado, alguns pararam de ajudar. Exceto por outros dois, que continuaram a honrar o compromisso com o clube”, disse o mandachuva do Tricolor de Palmeira dos Índios.

Ainda de acordo com Barbosa, salientou a excelência na parceria com a prefeitura “Sempre que precisamos, a prefeitura estava junto. Este é o último mês, e foi garantido que o pagamento será realizado até a próxima sexta-feira”, completou.

Com a debandada dos atletas do CSE logo após a suspensão do Estadual, o clube de Palmeira dos Índios teria um grande problema com a retomada da competição, pois teria que formar uma equipe totalmente do zero, utilizando os jogadores que são da cidade.

Barbosa também salientou a preocupação de perder alguns atletas, se outros Estaduais voltarem antes: “Provavelmente vamos perder jogadores. Teríamos que começar tudo do início. Esta é a dificuldade que vamos ter, tanto no âmbito financeiro quanto com contratações. Estou aguardando para ver o que vamos ver. Porque, a situação atual, só nos permite dizer que não vale a pena o recomeço do campeonato”, finalizou.

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