Eleição de federal em AL será jogo de “série A” e “série B”
As novas regras para o “jogo” eleitoral de 2020 serão conhecidas, efetivamente, até o próximo sábado (2/10).
Já se sabe que não teremos distritão, nem o retorno das coligações proporcionais. Os partidos vão formar chapas individuais, podendo ter disputa de vagas pelas sobras na base de 80% do quociente do partido e 20% no mínimo do candidato (como expliquei aqui).
A mudança ainda depende de sanção de Bolsonaro. Mantida a regra atual ou com a nova legislação, será possível formar chapinhas e disputar vagas pelas sobras. E isso abre um leque de possibilidades em Alagoas.
O quebra-cabeças, como sempre, é montar chapas de federal. O quociente em Alagoas deve ficar em 160 mil. Havendo sobras, será possível disputar vagas com 132 mil votos no mínimo (considerando a projeção).
Um importante analista avalia, que nesse cenário, os atuais deputados federais de Alagoas vão entrar em campo divididos em duas “séries”.
“Veja bem, aqui em Alagoas a gente tem os deputados que tiveram mais de 70 mil votos. São cinco. Podemos considerar esses parlamentares, com maior estrutura, como os da série A. Os outros, que tiveram 70 mil ou menos podem ser considerados série B”, pondera.
Por esse critério, estariam na “série A”: Arthur Lira, Marx Beltrão, Nivaldo Albuquerque, Sérgio Toledo e Isnaldo Bulhões. E “na série B”: Tereza Nelma, Pedro Vilela, Severino Pessoa e Paulão.
Na avaliação do analista, o “natural” é que os atuais deputados “entrem em campo” disputando a eleição no mesmo campeonato mas por “séries” diferentes.
“Juntos os deputados com 70 mil ou menos poderiam formar uma chapa para eleger de 2 a 3. Nesse caso o difícil seria convencer o Paulão (PT) a mudar de partido”, pontua.
“Já os que tem mais de 70 mil poderão se agrupar, em dois partidos, fazendo de 3 a 4 vagas”, emenda o analista.
A estratégia será complexa. E passa pela dificuldade de formar mais de quatro ou cinco chapas competitivas em Alagoas.
Nas eleições de 2018, por exemplo, apenas 20 candidatos a federal, incluindo os eleitos, tiveram mais de 10 mil votos em Alagoas. Entre os eleitos, apenas um atingiu o quociente (JHC) e apenas outros dois (Marx Beltrão e Arthur Lira) tiveram mais de 100 mil votos.
A matemática é complexa. Mas o que se avalia nos bastidores hoje é a possibilidade de renovação de um terço da bancada de Alagoas na Câmara dos Deputados. Ou seja, três federais podem não perder a reeleição.
Quem vai abrir essas vagas? Tudo vai depender da formação dos times, que começa agora e vai até abril, quando se fecha a janela partidária. A escalação final, no entanto, fica para as convenções.