‘Quero que as pessoas acordem’, diz Luisa Mell após ela e o marido contraírem coronavírus
Após dez dias internado, Gilberto Zaborowsky, 58, recebeu alta e decidiu fazer uma surpresa para a família. “Ele me ligou e falou ‘abre a porta’. Eu saí correndo, gritando, foi uma felicidade muito grande”, conta sua mulher, a empresária e ativista Luisa Mell, 41.
O casal recebeu o diagnóstico de Covid-19, mas, enquanto a ativista pôde se recuperar em casa, seu companheiro passou dez dias internado com um quadro severo de pneumonia. “Eu achei que ia demorar mais [para receber alta], ele quase foi intubado. Foi uma emoção muito grande ele ter vencido”, lembra.
O casal começou a ter alguns sintomas sugestivos de Covid-19 e, antes de procurar ajuda médica, já se isolou como precaução. Quando a febre do marido persistiu durante quatro dias, eles foram ao hospital, e exames mostraram que Gilberto tinha 50% do pulmão comprometido. Ele foi imediatamente internado.
“Eu não dirijo sozinha desde que sofri o acidente [ela colidiu seu carro contra uma moto, em 2008, e uma das passageiras do outro veículo ficou em estado grave]. De repente meu marido estava sendo internado e eu tinha que voltar sozinha. Nem podia pedir um Uber porque colocaria o motorista em perigo.”
O isolamento social foi para ela uma das coisas mais difíceis da doença. “Eu ligava para a minha mãe, mas ela não podia me visitar, ninguém podia me abraçar. Eu fiquei presa no meu quarto, sem poder estar com meu filho [cinco anos], e ele chorando.”
Enquanto isso, no hospital, o quadro do marido piorava. “No quarto dia eu estava com 80% do pulmão afetado e, se não melhorasse, os médicos teriam que me transferir para a UTI”, conta ele. Além da dor e do cansaço, a sensação de falta de ar era enorme. “Era como se estivesse sufocando.”
O empresário conta que usou diferentes medicamentos no tratamento: “um remédio de um protocolo poderia afetar o rim; o outro, a cloroquina, poderia afetar o coração”. Ele elogia, porém, a equipe médica e diz que fazia uma bateria de exames diariamente para monitorar possíveis efeitos colaterais.
Gilberto pôde enfim voltar para casa, onde continuou a fazer fisioterapia do pulmão. No entanto, houve alguns sustos: ele desmaiou duas vezes, provavelmente por conta dos efeitos colaterais da forte medicação.
Luisa Mell o acompanhou na recuperação, que durou cerca de dez dias. Mesmo com um quadro menos grave, ela relata ter sentido muitas dores e falta de ar, “uma das coisas mais assustadoras que eu já senti”. A apresentadora vai refazer os exames daqui uma semana para confirmar a recuperação, mas se mantém positiva.